Branda-Amor, este era o seu nome, uma mulher que estava vivendo uma fase de conserto na sua vida com Deus, buscando reconciliação, reconstruindo seu Altar com o Senhor e tentando refazer toda a sua relação com Ele. Ela nasceu numa pequena, mas acolhedora e simpática cidade, com seus moradores sempre dispostos a ajudar. Ela não conhecia outro lugar, pois nunca se afastara dali, desde o seu nascimento, ela amava aquele lugar. Naquela cidade ela cresceu, estudou e se casou com o seu primeiro namorado, a quem muito amou e de quem traz lindas recordações. Ela foi muito, muito feliz em tudo que tinha vivido, com a permissão de Deus! Mas, por alterações nunca esperadas, por circunstâncias completamente inesperadas e na sua pouca experiência e maturidade, viu-se divorciada e provando um pouco o gosto da solidão.
Não, ela não soube o que era realmente a solidão na totalidade da palavra, pois sempre estava cercada pelos filhos, sua maior riqueza na terra, e por pessoas boas, familiares, conhecidos que lhe levavam companhia, histórias e buscavam nela um pouco de alento nas suas palavras, apesar do momento difícil que ela atravessava; ela ouvia e tentava levar ânimo e força através de suas palavras e ela gostava de se sentir útil assim, apesar de as vezes pensar precisar muito mais de palavras de ânimo do que todos, ainda assim, abria sua boca e Deus colocava palavras que alcançavam o coração dos seus ouvintes, e o mérito era "in tottum" do Senhor, reconhecidamente do Senhor!
Morava num pequeno, mas aconchegante apartamento, num bairro simples daquela cidade, lugar que se transformara num ponto de encontro entre elas e seus filhos, que estudavam muito e nunca desistiram de um futuro melhor! Ela aprendeu a amar aquele espaço, aquele ar, aquela vizinhança... De todos restou a saudade.
Nesse percurso do seu caminho, deparou-se com um homem que a fez acreditar que valeria a pena deixar tudo e ir ao seu encontro...
Ela não pensou duas vezes, e foi-se, pela primeira vez na vida, foi-se embora daquele lugar, com o coração cheio de esperança e certeza de que tudo daria certo. Ela passou a sentir-se bem com a possibilidade de um novo casamento.
Antes de tudo isso, ela teve o cuidado de ter uma última conversa com o pai dos seus filhos, com quem tentara uma reconciliação, em nome da família e do amor que um dia os uniu com tanta força, mas ele se recusou, infelizmente ele não aceitou a sua proposta mais que decente e ela passou a considerar uma possibilidade de recomeço, com outra pessoa. Meses depois aquele homem apareceu, fazendo-a acreditar que chegara o momento de começar de novo, virar a página e ela acreditou e investiu nessa nova fase.
Deixou para trás, pela primeira vez, aquela cidade, foi para longe dos familiares, mas a maior dificuldade mesmo foi se afastar dos seus filhos nunca tendo passado sequer um dia longe deles, em outra cidade. Seus filhos nunca dividiam a sua companhia com a companhia do pai, eles tinham na verdade duas casas e sabem ser amados demais por mim e pelo pai deles, por isso nunca houve definição de "com quem ficar após a separação", isso nem sequer foi considerado.
Após uma conversa com seus filhos, já quase adultos, ela recebeu deles a benção e aprovação para ir buscar o que deveria ser a sua felicidade e somente assim, ela se foi, mas não sem sentir o coração sangrando demais... Tudo era novidade para ela, tudo era deslumbramento, nada era certeza de felicidade, ela nem sequer conhecia direito aquele homem com quem iria dividir a sua vida num segundo casamento!
E foi assim que ela deixou a sua parte de vida vivida ali, no seu "ninho", na segurança de tudo que representava a família, familiares, amigos, conhecidos e irmãos na fé. Ela se foi na certeza de que encontrara o homem a quem poderia fazer feliz e consequentemente ser feliz também. Aquela mulher, romântica por natureza e sonhadora desde sempre, acreditou naquela história que estava começando, e apesar dos seus 42 anos, ela sentiu-se certa daquela decisão..., nem considerando a possibilidade de enganos e ilusões...
Sim, ela se foi, e naquela grande cidade, ela provou um pouco de tudo, alegrias por conhecer a maior cidade do país e seus encantamentos, euforia por toda a novidade que aquilo representava e também decepções que se repetiam e se repetiam desde sua definitiva chegada ali, naquela "selva de pedras". Literalmente uma "selva de Pedras", onde pessoas se engalfinhavam para conseguir espaço e conquistas intermináveis, querendo sempre mais e mais e mais...
A sensação que ela tinha após os primeiros meses morando naquele lugar sobre as pessoas que ali viviam e moravam, era que, ao acordarem e abrirem os olhos, a primeira coisa que viam diante de si eram dois enormes e brilhantes R$ (cifrões)... e isso a deixava muito triste, porque do lugar de onde ela vinha as pessoas tinham tempo para a família e para as coisas realmente importantes da vida. Ela começoua sentir falta de algo chamado amizade, sentir falta da simplicidade de sorrir pela alegria de sorrir, ela sentia cada vez mais falta das suas raízes, do seu ninho, ela era uma estranha naquele outro enorme, monstruoso e amedrontador ninho de pássaros sem coração.
Claro, ela também encontrou ali algumas pessoas que ficou em seu coração, pessoas que souberam transmitir o valor de uma verdadeira amizade, infelizmente muito raro ali. O homem que agora já era seu marido, ele mesmo, praticamente nascido naquele lugar e no alto dos seus quase conquenta anos, lhe confidenciou que quando saisse daquele lugar, não levaria dali nem lembranças de verdadeiros amigos, e ele sabia que essa era uma daquelas tristes e ferinas verdades. Se ele mesmo, que, teoricamente amava aquela cidade, reconhecia que essa era uma realidade clara e indiscutível, o que dizer de alguém que saira de um paraíso onde o verde predomina e a alegria das pessoas contagia, apesar de toda dificuldade e problemas?!
Branda-Amor acreditou que viveria feliz ali, que faria aquele homem feliz de verdade, e que seria suficiente para ele; o que ela não sabia é que aquele homem tinha valores, costumes e idéias completamente distorcidas sobre as principais coisas da vida, sobre os valores eternos, sobre o próprio amor. Ela foi descobrindo isso aos poucos e as decepções foram se aglomerando dia a dia, sem que ela pudesse evitar. Ele tentava amenizar tudo levando-a para lugares legais, restaurantes, parques, shopping's e passeios sem fim; ele tentava provar que as coisas não eram tão ruins como pareciam ser, mas da forma errada. Ele infelizmente se enganou sobre aquela mulher simples, mas que guardava dentro de seu coração valores eternos e bem enraizados, sobre família, amor,amizades e Deus; ele certamente foi levado a compará-la com as mulheres que ele tinha conehcido ali mesmo naquela cidade, com valores tão deturpados quanto os seus e esse foi um dos seus maiores erros.
Branda-Amor ainda tentou dar continuidade àquela história,a final de contas ela tinha deixado tudo por acreditar que valeria a pena e por isso insistiu em liberar perdão, em passar por cima de dores e mais decepções até o dia que ela entendeu que, além de todo sofrimento "embutido" porque não tinha com quem desabafar naquele lugar completamente desconhecido, ela acabou entendendo aqueles "sinais de alerta" espalhados por todo aquele caminho já percorrido, sinais que não tinham sido percebidos por ela pelo deslumbramento da possibilidade de que era tudo verdade, ela sequer olhava a estrada por onde estava trilhando, ela só tinha olhos para ele, literalmente. Quando passeavam de carro para algum lugar naquela imensa cidade, ela sequer olhava para fora, tal era o seu encantamento por aquele homem, o tempo todo ficando olhando para ele e acariciando seus cabelos enquanto ele dirigia, naqueles momentos ela ainda acreditava que tudo aquilo era a felicidade.
O passar dos dias provaram que nada era real como ela imaginara. NEm emsmo quando mudaram para outra cidade para tentarem, finalemnte, inicar a história deles dois, apesar de um ano de casamento játer se passado, eles não conseguiram. As feridas abertas eram profundas demais no coração daquela mulher crente na felicidade ao lado daquele homem, e ele não soube cuidar daquelas feridas que ele mesmo causou...
O que ela não sabia é que tudo aquilo fazia parte dos sinais e alertas de que nada daquilo foi da vontade de Deus, do Deus a quem ela servia e ele diziz servir também. Nada daquela história estava nos planos absolutos e imutáveis do Senhor de toda a terra e céus, ams somente permissão. E quando ela, finalmente conseguiu entender isso, começou desde então a aprtilhar com ele essa verdade, que ele entendeu, mas por entender que aquela verdade absoluta e inerrante mexeria nos planos dele mesmo, de refazer a sua vida após tantos anos sozinho, ele recusou aquela verdade e lutou contra ela desde sempre.
Quando a Branda-Amor viu-se sozinha acreditando no que deveria ser feito, ou seja, desfazer aquele terrível engano que foi o casamento deles, ela começou a sofrer ainda mais, pois teria que reunir forças para fazer a coisa certa e sem nenhum apoio daquele homem com quem dividira parte da sua vida; mas ela não desistiu, apesar de tudo, ela um dia acreditara naquele amor e provou isso saindo do meio dos seus para juntar-se a ele naquela mosntruosa e amedrontadora cidade, além de vencer o medo de voar e de encontrar-se pela primeira vez com um completo desconhecido, tudo isso foi vivido por ela, somente por acreditar, sem nunca poder imaginar que o que parecia vontade de Deus, não passava de uma simples permissão de Deus.
E foi assim que tudo teve fim, ela acreditando e buscando fazer a coisa certa para parar com sofrimentos "embutidos" para ambos por estarem fora do centro da vontade do Pai, e ele se recusando a crer nessa verdade porque significava voltar a sua antiga e triste solidão. Mas tudo teve fim, doloroso fim, porque ele escolheu assim, sequer deixando a possibildiade de serem bons amigos, mas amigos simplesmente, sem nenhum outro interesse; essa porta foi fechada por ele, a única porta que ele deixou permanecer aberta foi a porta que a levaria a ser novamente sua esposa, companheira e amor, e por essa porta ela decidiu nunca mais entrar por saber ser a opção errada, já tentada antes...
Branda-Amor fez a coisa certa, mas pelo tempo de convivência ela não foi poupada do sofrimento que isso lhe trouxe, no entanto ela sabe que o tempo, o Senhor do tempo e a sua determinação em obedecer a este Senhor Absoluto, ela vai superar em breve toda essa dor e seguir adiante e dessa vez observado melhor a estrada trilhada para ver se nela existe alguma placa de sinalização e alertas sobre "estrada interrompida".
Com carinho,
♥Helena♥
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